quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Barbosa resumiu desafios para a economia entre 2015-2018


Em meados de setembro deste ano, quando o cenário das eleições presidenciais ainda estava muito incerto, o economista Nelson Barbosa, ex-número 2 do Ministério da Fazenda e hoje um dos nomes mais cotados para ser o titular da pasta no segundo mandato de Dilma Rousseff (PT), apresentou um trabalho intitulado "O desafio macroeconômico 2015-2018", no Fórum de Economia da FGV. O estudo se dedicava ao ajuste cambial e fiscal, principalmente.
Nos campos cambial e monetário, Barbosa resumia o desafio como "controlar a inflação sem depender da apreciação recorrente do real, pois uma taxa de câmbio real estável e competitiva é crucial para a diversificação produtiva da economia e elevação sustentável dos salários reais". E avaliava que "na situação atual já está claro que as operações do BC foram excessivas" e que hoje "é melhor deixar o câmbio se ajustar às novas condições da economia, internas e externas".
Na parte fiscal, Barbosa defendeu um superávit de 2% a 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) a ser alcançado gradualmente e sem aumento da carga tributária. Além do orçamento primário, ele diz que o desafio fiscal do período deve envolver o lado financeiro, justamente pelo custo crescente de carregamento dos créditos do governo junto às instituições financeiras oficiais. A redução desse custo, estimado por ele em 0,6% do PIB, teria o mesmo efeito fiscal de uma elevação do resultado primário, uma vez que ele reduz a velocidade de crescimento da dívida líquida do setor público. Ele listou ainda, no documento apresentado, o que chamou de "Os 12 trabalhos fiscais" a serem cumpridos no próximo mandato (Ver quadro).
Além de defender uma redução gradual dos aportes aos bancos públicos, Barbosa reforçou, na ocasião, sua avaliação de que é preciso elevar gradualmente a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), praticada pelo BNDES em seus financiamentos. Sua proposta é aumentar a taxa para o ritmo de crescimento esperado para o PIB nominal no quadriênio 2015-2018.
Fonte: Valor Econômico

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